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Vida de Empreendedor: Vitor Alli

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

É impresionante como a internet pode unir pessoas. Conheci o Vitor Alli pela internet ao buscar sobre como melhorar meu vídeos no you tube, pouco tempo depois nos tornamos colegas em um curso online de empreendedorismo criativo. Além de uma simpátia de pessoa, ele é super acessível e está sempre dando muitas dicas sobre como se comportar em frente às câmeras para ter uma comunicaçāo assertiva. Vamos conhecer um pouco mais sobre ele? 



Vitor Alli tem 27 anos, nāo sem filhos e é formado em comunicação social pela UFRJ, diretor de vídeos há mais de 10 anos e fundador do método Falar pra Câmera. Já trabalhou em rádio, cinema, publicidade e televisão mas desde 2008 é apaixonado pela liberdade de produção que só a Internet possibilita. Atendeu grandes empresas como Acer, Cisco, Thyssenkrupp, Rede Globo, Globosat, Sul América, Oi, Tim, Vivo, Nextel, bem como startups, micro e pequenas empresas. Hoje, treina empreendedores através de seus cursos online a falarem bem pra as câmeras e fazerem vídeos com mais qualidade para seus negócios.

 

 


1. Kalinka: Quais são as principais características que você julga importante em um empreendedor?
Vitor: Acredito que, antes de tudo, movimento. Pode reparar que o bom empreendedor esté sempre em constante movimento, evolução. Seja estudando, pesquisando, aprendendo, testando etc. - e haja gerúndio para descrever alguém que empreende. Quando você se mexe, anda, fuça, pergunta, aprende, automaticamente você entra em contato com novas maneiras de realizar o seu trabalho, de ver o mundo, de pensar como a pessoa para quem você serve. Essa curiosidade interminável é muito inspiradora. O bom empreendedor está constantemente se alimentando de subjetividade e isso automaticamente dá subsídios para que a sua criatividade, inventividade, inovação entrem em campo - que também são características que eu admiro muito. Por isso, acredito ser fundamental também ter paixão pelo que se faz. Muita gente admira a persistência dos empreendedores, mas, por experiência própria, posso diazer que muitas vezes um empreendedor de verdade não persiste, ele simplesmente sente que não tem escolha a não ser seguir em frente. Então, resumindo, acho muito importante estar em movimento e ser muito curioso - para ter cada vez mais clareza sobre você mesmo e sobre o mercado.

 


2. Kalinka: Quem é sua referência, guia, mentor, guru e por quê?
Vitor:  Como eu trabalho em diferentes pontas, tenho mil referências em áreas distintas. Mas posso dizer que dentro do ramo em hoje mais atuo, pessoas como Seiiti Arata, Rafa Cappai e Marie Forleo me inspiram todos os dias. Isso por serem profundos em seus conteúdos, trazerem referências embasadas em livros, teorias, academia, e produzirem um conteúdo sempre muito rico e realmente útil para as pessoas. Outras referências que me inspiram são a Ariana Schlösser na espiritualidade, também pela profundidade e abordagem, a Ivana Bentes e o Arlindo Machado na comunicação social, pela visão abrangente e pelo trabalho profundo que possuem com o estudo da imagem e o impacto no cotidiano. Tem também Tarantino e Robert Rodriguez na ficção e o Eduardo Coutinho e João Moreira Salles no documentário, todos esses pelo uso inteligente do aparato cinematográfico, por colocarem a narrativa em primeiro plano. Gosto muito do Robert Rodriguez também pela visão pragmática do audiovisual, muito próxima da minha. Enfim... muitas inspiraçoes!
 


3. Kalinka: Como você organiza suas tarefas e compromissos?
Vitor: Eu sou uma pessoa que aceita bem o caos. Mas que fique claro que caos não é bagunça. Digo isso porque nunca consegui ter um caderno pra cada coisa, uma cor de caneta pra cada coisa... Este tipo de organização, eu já aprendi: me estressa. Apesar de naturalmente bagunceiro, um ambiente bagunçado me faz mal. Eu naturalmente acabei inventando maneiras de balancear isso. Sem organização, com o número de coisas que tenho para fazer, pessoas com quem tenho que lidar, projetos para tocar, seria humanamente impossível contar só com a memória. Demorar horas para conseguir achar coisas ou arquivos me custaria dinheiro (tempo) e seria um fator impeditivo de crescimento. Sendo assim, com o tempo, a minha alta produtividade e a minha própria rotina me trouxeram métodos de organização que funcionam bem para mim. Alguns até contra-intuitivos. Eu descobri, por exemplo, que funciono bem com folhas de papel sobre a minha mesa e um caderno onde anoto tudo do jeito que eu bem entender. Simplicidade na organização pra mim é fundamental. Não lido muito bem com softwares de produtividade, nem com calendários no computador. Eu preciso mesmo é de agenda de papel ou de anotaçoes físicas. Digital mesmo só o bloco de notas, mais nada!

Tarefas e compromissos eu geralmente anoto em listas no meu caderno. Faço uma lista das tarefas da semana. Aquilo que já tem data fixa eu aloco nos dias correspondentes. Eu tento ramificar o meu método o mínimo possível pois olho esta lista várias vezes ao dia e consigo ter controle geral da minha semana. Foi fundamental para mim aceitar o meu método não-convencional de organização e parar de desejar ser como alguém que gosta de arrumar. Eu não gosto! Saber aceitar que meu método pode ser caótico às vezes foi mesmo muito importante. Falo caótico porque é bastante flexível. Posso começar com uma lista de tarefas para depois alocar em dias e horários, ou já começar direto na agenda, ou simplesmente fazer tudo no bloco de notas. Não tem regra e é assim que eu gosto. Vou no flow da minha cabeça.  Foi importante aceitar que nem sempre eu quero seguir o meu planejamento - e tudo bem - ou seja, gosto de flexibilizá-lo quando possível (trocar, por exemplo, a faxina pela ida ao mercado etc.). Aprendi que isso é respeitar o meu próprio caos interno, criativo, meu modo de ser e  - apesar de num primeiro ponto parecer que é o contrário do ideal - isso me torna altamente produtivo. 

Fonte: Imagens pessoais do Vitor Alli

 


4. Kalinka: Como organiza seus projetos?
Vitor:  Minha organização pessoal de projetos segue também a linha caos controlado. Eu só fujo do caos quando preciso me comunicar ou transmitir informaçoes para outra pessoa ou para uma equipe. Aí sim lanço mão de todas as descrições, cores, tabelas e ferramentas de organização. Entendo que o tempo investido nesta organização para comunicação me poupa o tempo de explicação e de refação de certas tarefas. No mais, eu sou louco por listas! Então gosto de ter uma folha de papel para cada projeto e listar todos os afazeres para cada um deles. Nesse caso eu até uso canetinhas coloridas para o título de cada projeto. ;) Essas listas são bem detalhadas. Nunca tem um "fazer vídeo", por exemplo. Nada fica solto. Eu tenho "escrever roteiro do vídeo sobre o tema x", depois "organizar a gravação do vídeo x", "gravar o vídeo x", "editar o vídeo x", upload do "video x" e assim vai. Se uso o bloco de notas, até faço algumas anotaçoes extras, como os subtópicos do vídeo ou lembretes pra hora de produzir o conteúdo.

Como eu conheço bem os meus processos, eu sei exatamente quanto tempo preciso pra cada tarefa. Quando estou inseguro com o prazo, sempre consigo deixar um ou dois dias de folga caso eu tenha um bloqueio criativo ou alguma emergência atrapalhe o meu planejamento (visitas inesperadas, afazeres para a família e coisas do tipo). Isso é importante porque geralmente escrevo e gravo MUITOS vídeos de uma só vez e vou editando e lançando aos poucos. Esse controle de cada pequeno processo me ajuda a alocar outras tarefas mais urgentes no meio do caminho também. Importante também ressaltar que meus arquivos do bloco de notas estão sempre em constante atualização. Vou apagando o que foi feito, complementando o que falta. Esta mobilidade o papel não me dá, mas confesso que adoro riscar dele as tarefas já cumpridas! No mais, também aceitar que a organização é uma ferramenta de produtividade e não um gesso, ou um bicho papão, também me ajudou bastante. Antes, eu me julgava e ficava muito chateado quando eu não conseguia cumprir minhas metas que estavam no papel. Mas a grande verdade é que a realidade nunca vai ser 100% prevista. Parei de me julgar quando comecei a listar o que fiz durante o dia e descobrir que trocava o que estava no papel por 3 coisas que não estavam (como ir ao mercado, ou fazer uma aula extra na academia ou tirar um tempo pra outra coisa).  

 


5. Kalinka:  Quantas horas por dia se dedica ao trabalho? E a família e amigos?
Vitor:  É muito difícil fazer isso. Como eu disse, eu abraço o caos e é isso que me faz feliz. Não gosto da vida regradinha. Mas tento manter uma certa rotina flexível. Gosto, por exemplo, de me dar a minha manhã. Tento sempre acordar cedo e me dar uma horinha para tomar meu café tranquilo, sentado no meu jardim. Enquanto passo o café ou faço o chá, tiro até 15min para dar uma arrumada na casa. Colocar as coisas no lugar, retirar copos ou louças que ficaram na sala ou à mesa, papéis que não estão onde deveriam, roupas ou coisas do tipo. Depois do café, dou uma olhada no meu planejamento só para eu já entrar no ritmo e uma olhada rápida também, de no máximo 30min, em e-mails, mensagens etc. Já aproveito para marcar o que é importante e organizo o que vou fazer assim que começar a trabalhar.


Depois disso vou pra minha prática esportiva - geralmente de 30min a 1h de corrida ou 1h30 a 2h de academia. Quando não estou com saco, faço 1h alongamento, pilates ou outra atividade que me der na telha. Foi muito difícil introduzir o esporte no meu dia-a-dia. Muitas vezes não faço com gosto, mas sinto que é importante pra manter o foco e a saúde. Só me dou folga no fim de semana quando realmente não estou afim. 

 

Volto pra casa, preparo meu almoço, como e lentamente começo a trabalhar. Faço pequenas pausas, sendo uma mais longa para comer algo bem rapidinho. Entre 18:30 e 19h eu paro de trabalhar e dedico o resto do meu dia à família ou aos amigos. Seja assistindo a um filme, ou jogando cartas, jantando fora, passeando. Mas o meu próprio trabalho também exige flexibilidade nessa rotina. Às vezes preciso começar a trabalhar de manhã para realizar meu cronograma de gravação - que pode chegar a 40 vídeos num dia. Ou então meu ajudante não pode em tal horário e eu preciso adaptar o meu dia para o horário dele e por aí vai. E tem momentos de pico de trabalho, como no lançamento de novas turmas ou novos produtos do Falar pra Câmera. São até duas semanas de trabalho intenso e o foco fica sendo mesmo o trabalho, podendo deixar o esporte de lado ou a preparação do almoço, por exemplo. Saio completamente da pequena rotina que tenho e adapto a vida nessas semanas para as minhas tarefas com o Falar pra Câmera. Depois demora um pouco, mas volto ao normal.
 

 


6. Kalinka: Você costuma reservar tempo para ler ou estudar?
Vitor: Sim! Sempre. Também para a prática criativa. Gosto de tirar um tempo para fazer algo descompromissado. Escrever um texto, fazer um desenho. Sempre que realizo tarefas mais rápido do que imagino, preencho o tempo lendo ou quando estou em trânsito, sem nada pra fazer. "Gilberto bem Perto" - biografia do Gilberto Gil que estou lendo agora e é uma aula de história e de amor à arte/profissão.



7. Kalinka: Descreva seu local de trabalho:
Vitor: Meu escritório está em obras. Por isso ocupo hoje um dos 6 lugares da mesa de jantar. rs Ok... às vezes ocupo dois, mas nada grave. Tenho sempre meus papéis, uma luminária de LED que me ajuda à noite... mas não há absolutamente nada de especial com o meu lugar de trabalho. E eu gosto assim. Ocupar a mesa de jantar me ensinou a não precisar de tantos papéis e bugigangas sobre a mesa. Meu único luxo é a minha base de laptop. Na mesma sala eu gravo meus vídeos e webinários. Só preciso trazer minha iluminação e montar a câmera aqui. Para vídeos simples e aulas ao vivo, organizei de forma a não precisar tirar nada do lugar (justamente para não ter que colocar de volta). Mas como faço também vídeos muito criativos, já criei mais de 14 cenários neste mesmo ambiente. Neste momento em que não tenho um local de trabalho fixo, quando o clima permite, eu levo o laptop para o jardim e trabalho de lá também.

Fonte: Fotos pessoais do Vitor Alli

 

 

8. Kalinka: Você acha que a organização é importante no empreendedorismo? Sim ou não e por quê?
Vitor: Sim! Fundamental. Organizar é estruturar. É necessariamente olhar para cada canto, saber onde cada coisa está. E se não souber onde está exatamente, é saber onde encontrar. Organizar está intimamente ligado a conhecer. Se você não procurar se organizar, dificilmente você vai saber seus pormenores, conhecer suas dificuldades, seus pontos fortes, seus desejos, seus objetivos. E isso é grave na vida de um empreendedor! Se empreender é estar em movimento, imagina se movimentar na bagunça! Vira lambança. É bom pensar também que o empreendedor muitas vezes acumula tarefas demais - especialmente no começo de carreira. Se ele não se organizar, ele certamente vai enfiar os pés pelas mãos em algum momento.

 

 


9. Indique alguma ferramenta de organização e produtividade que não poderia viver sem e/ou dê alguma dica de organização ou conselho para nossos leitores. 

Vitor: Bloco de notas e auto-conhecimento (com auto-aceitação). Inspire-se com as dicas e ferramentas, mas não se prenda a elas. Experimente todas e aceite de coração a que mais conversa com o seu jeito de ser. Respira fundo. Todo ano vai acontecer de ter um ou outro software maravilhoso de gerenciamento de projetos, horários, agendas. Às vezes a gente se sente deixado pra trás ou menos produtivo porque não estamos usando o que os nossos mestres usam ou dizem ser maravilhoso. 

 

E ai gostou de conhecer um pouco sobre o Vitor Alli. Hoje ele está lançando o Workshop Gratuito para ajudar quem quer aprender a Falar pra Câmera.  

 

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