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Um roteiro para organizar sua obra

sexta-feira, 02 de dezembro de 2016

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Hoje nos vamos conversar sobre um assunto que deixa quase todo mundo de cabeça quente: obras. Seja a construção de um imóvel ou a reforma de um já existente, a tensão é bem parecida. Pedreiros, materiais, orçamentos, prazos, atrasos, desperdício de material... Tudo isso enlouquece qualquer proprietário – maaaas... nós temos uma notícia boa se você está para entrar nessa luta: só os despreparados passam sufoco nesse momento. Se você se preparar antes de começar a obra, até os imprevistos ficam facilmente contornáveis! Vamos lá? 

 

É o dinheiro que move a obra 

A primeira coisa de uma obra, ao contrário do que você pode estar ai pensando, não é o dinheiro: é a ideia. O que você pretende fazer? Aumentar um cômodo ou construir uma casa do zero? Quando resolvemos mexer com isso, sempre idealizamos o imóvel depois de pronto, e as primeiras pistas aparecem aí. Qual o material do piso? E o acabamento das paredes? As portas ejanelas são de que material? Serão instaladas luminárias? Precisará de muitas tomadas? Vá firmando tudo isso na sua memória. “E depois?”. Procure um arquiteto ou um engenheiro. Pode apostar: na nossa cabeça as coisas parecem incríveis mas, na prática, muitas vezes a gente percebe que a ideia não era tão boa assim. 

 

Arquitetos e engenheiros cobram pelo serviço, e os bons cobram o preço justo – portanto, desconfie de projetos baratinhos, ok? O valor varia bastante, mas costuma ficar entre 5% e 10% da obra (mas haverá variações aí, tudo dependerá da negociação entre vocês). E nem pense em deixar estes profissionais de lado. Mesmo um mestre-de-obras escolado no assunto pode deixar escapar detalhes que podem inclusive comprometer a segurança da obra toda. Não arrisque vidas em nome de uma suposta economia. 

 

Outra vantagem é que estes profissionais saberão calcular com mais precisão a quantidade de material necessária. Com isso, você vai poder negociar as quantidades certas com os fornecedores, negociando tudo apenas uma vez e conseguindo belos descontos. Então, se informe sobre os arquitetos e engenheiros de sua cidade, e comece o orçamento por eles. Mas se quiser ir adiantando, aproveite a internet e vá pesquisando os preços dos materiais (milheiros de tijolos/blocos, latas de tinta vs. rendimento por metro quadrado, telhas (se for o caso), piso por metro quadrado, mão-de-obra, etc.). 

 

 

Esqueça os produtos mais baratos 

Por falar em economia, evite a famosa “economia porca”. Você pode comprar um galão de 20 litros de tinta a R$12,00, mas já vá sabendo que vai precisar dar o dobro de demãos para que a cobertura fique razoável – e pode ser que nem assim fique boa. Com isso, você vai gastar mais galões e, na soma final, vai ver que gastou o mesmo que teria gastado com tintas de qualidade, e ainda por cima perdeu tempo (cinco demãos demoram mais do que duas, não é?). 

Outra economia que você deve evitar a todo custo é na parte elétrica. Fiação, conduítes, tomadas e conectores PRECISAM ser de qualidade. Você encontrará todo tipo de material elétrico no mercado, inclusive aqueles tão ruins (e baratinhos) que vão colocar a construção toda – e quem estiver dentro dela, inclusive você - em risco de incêndio. 

 

Para resumir, vamos fazer um pequeno medley de economias que são péssimas ideias: portas de madeirabaratas empenam com a umidade e logo se tornam impossíveis de fechar ou trancar; janelas idem; pisos de cerâmica devem ter resistência suficiente para suportar o peso de objetos bastante pesados, então verifique antes as especificações daquele piso de valor mais baixo que você pensou em comprar; madeiramento de telhado é coisa séria, e deve ser feito com madeiras resistentes, como o angelim pedra (é mais caro, mas dura a vida toda sem empenar); tubulação tem que ser feita com material de qualidade, pois a troca de qualquer uma delas por ruptura significa quebra-quebra depois da obra já estar pronta; areia não é tudo igual, então verifique a procedência da que você vai comprar e EVITE areia do mar. 

 

 

Negociação com fornecedores 

Como já dissemos, uma boa negociação pode representar uma tremenda economia no valor final da sua obra. Se você encontrar um que fornece desde os materiais básicos de construção até os acabamentos, ótimo! O valor da compra será alto, e ele topará negociar de forma muito interessante os preços a vista – e, claro, poderá oferecer prazos bem atraentes (quem sabe até ele concorde em negociar parcelas sobre o preço à vista?). 

 

Mas é bem verdade que encontramos por aí fornecedores “ruins de jogo”, que não negociam e são praticamente irredutíveis em conceder descontos e aumentar prazos para pagamentos parcelados – ou ainda coloquem juros que tornam a própria obra desinteressante. Para isso não há outro remédio: saia pesquisando, conversando e colecionando orçamentos. Valorize aqueles que cobrem ofertas de outros fornecedores, e principalmente aqueles que trabalham com materiais de boa qualidade. Mesmo que os preços sejam um pouco mais altos do que os demais, é a garantia de que você não precisará convocar os pedreiros para uma “refação” de parte da obra, não é? 

 

 

E o cronograma?

Ahaaaaá! Muito bem! Temos um cronograma ainda por fazer! Vamos a ele, então. O cronograma é uma listagem de etapas a cumprir em uma obra. Na verdade, esse nosso papo pode ser usado como base para o seu, você notou? Mas ele precisa ser mais detalhado, para que você saiba direitinho em que ponto da obra está a cada momento. Uma sugestão de cronograma mais detalhado: 

1. Orçamento de materiais (listar materiais, preços e prazos de pagamento)

2. Orçamento de arquiteto/engenheiro (preços e prazos)

3. Orçamento de mão-de-obra (preços e prazos)

4. Orçamento total disponível – despesas totais

Com o modelo acima, fica fácil você completar a parte de orçamento, não fica? Ah, e repare no item 4: obviamente, essa conta deve resultar num saldo positivo, ou seja, você precisa ter dinheiro suficiente para arcar com todos os custos – ou um orçamento mensal que comporte todas as parcelas até o fim do pagamento pela obra. 

Agora vamos a um modelo de cronograma para organizar sua obra, na prática. Vamos considerar que você vai construir um imóvel do zero: 

1. Terraplanagem do terreno (listar materiais necessários)

2. Fundação e conexões de água e esgoto (listar materiais necessários)

3. Piso e paredes (listar materiais necessários)

4. Instalações elétricas (listar materiais necessários)

5. Montagem do telhado (listar materiais necessários)

6. Instalação de portas e janelas (listar materiais necessários)

7. Acabamentos (pintura e piso)

Não detalhamos aqui os prazos de cada etapa pois dependerão diretamente da mão-de-obra contratada, mas você pode conversar com o mestre-de-obras e combinar estes prazos etapa por etapa com ele. Também não detalhamos detalhes como instalação de cortinas e jardinagem porque não é nosso assunto de agora, ok? 

 

Ah, sobre os imprevistos? Eles encaixam ali naquela conta que sugerimos que você faça, para saber sobre quanto dinheiro sobrará (orçamento disponível – custos totais). O valor que restar dessa conta provavelmente será gasto com imprevistos como material a mais, um pedreiro a mais por causa do prazo, etc. E pode acreditar, quando surge um imprevisto que escapa do orçamento, a obra emperra. Por isso é tão importante estar com os pés no chão nesse momento. 

Viu como é fácil “cronogramizar” uma obra? Parece uma coisa até meio boba, mas nada melhor do que colocá-la no papel para saber o tamanho dela e se preparar direitinho. 

 

 

Texto feito em parceria com Robert Sena da Silva - Blog a Loja de Alumínio 

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